A dança enquanto elemento transcendente II – BioTrance

Veja a 1° entrega da coluna BioTrance aquí.

Essa entrega [à música e à dança] nos dá a chance de nos reconectar ao nosso corpo, dando a sua estrutura uma possibilidade de integração.

Vivemos numa sociedade doente, que se rege a partir de valores dissociativos e desintegradores, o que contamina também o nosso corpo e o nosso movimento.

>Fonte: MisteriosDoMundo.Org</p><p style=A cultura nos diz que nosso corpo é feito de partes, que algumas não podem ser mostradas ou tocadas, que outras não devem se mexer muito, algumas sendo mais valorizadas que outras, o que resulta em uma série de bloqueios e traumas que se manifestam também em nossos movimentos, quando, na realidade, somos seres inteiros que não podem ser divididos.

>Fonte: SpaTantra.Com.Br</p><p>A dança sensível é justamente o reencontro entre todas essas partes retalhadas do nosso corpo. Cabeça, tronco, membros e tudo mais que faz de um corpo CORPO estão conectados e fazem também a sua própria dança.</p><p>Batida do coração, circulação, digestão, respiração, conexões sinápticas, toda uma dança orgânica extremamente harmônica acontecendo em nós, mesmo se estivermos completamente parados.</p><p>A nível macrocósmico isso também acontece, pois tudo ao nosso redor – a terra e todo o universo – também se movimenta em perfeita sincronia, ainda que estejamos imóveis.</p><p>Dançar com o coração é, então, integrar esse fluxo cósmico harmônico natural inerente à vida e tudo que é vivo.</p><p>A sensação que provém dessa vivência de profunda vinculação não pode ser explicada em palavras, pois não está inserida na dimensão do pensamento lógico racional, transcende a ela e fica gravada em nossas células, por isso mesmo é libertadora.</p><p style=>Fotografia retirada da página  do Universo Paralello</p><p>Quando, através da restauração desse vínculo primal, nos percebemos como verdadeiramente somos – Livres e Inteiros – nossos medos e barreiras diminuem, podendo até desaparecer, o que nos permite, entre tantas outras coisas, nos aproximarmos também do outro, reconhecendo nele esse mesmo valor.</p><p style=>             Fotografia – <a href=Lucas Rodrigues Photograph

Dessa forma, a dança funciona como um instrumento de reconexão com estes 3 níveis de vinculação primordiais – consigo, com o outro e com a totalidade. Inicia-se, então, um processo de cura que influencia positivamente o nosso humor de forma endógena.

Endógeno quer dizer de dentro pra fora, o que significa que é possível atingir estados de alteração e expansão de consciência e inclusive entrar em transe sem o uso de qualquer substância externa ao nosso organismo.

Pode-se dizer, então, que o nosso organismo em sua perfeição é dotado de “elementos psicodélicos’’ por natureza e que, através da dança, todos nós temos o poder de acessá-los.

Por meio do transe endógeno integrador, o organismo é afetado de forma positiva e começa a trabalhar, ou melhor, se auto-regular, de maneira a transformar a sua estrutura.

Tudo isso pode ser vivenciado em um festival de Trance. É isso – esse sentimento de inteireza, liberdade, comunhão, alegria, prazer e vinculação – que nos move a participar, que nos toca e nos faz sair do conforto de nossas casas e percorrer longos trajetos para vivenciar, juntos, essa experiência transcendente que não encontramos em outro lugar.

>Fotografia – <a href=Murilo Ganesh

É nesse ponto, entretanto, que está a verdadeira magia que um festival de trance pode oferecer para quem estiver aberto: compreender que esse lugar gerador de vida está em nós e que isso pode acontecer não importa aonde.

É esse o maior aprendizado, que é também um desafio: integrar à vida cotidiana todo o vivido, diminuir as diferenças de comportamento dentro e fora destes espaços, ser um agente transformador de realidades, fazer da própria vida também um ritual de celebração, um festival que não acaba. É aí que está o sentido do PLUR!

Embora seja bonito, nem sempre é fácil, pois, ao voltar para casa entramos novamente em contato com diversas influências negativas e geradoras de estresse que, se não tomarmos cuidado, podem nos contaminar novamente reproduzindo em nosso corpo os mesmos padrões de desintegração anteriores.

Por esse motivo é necessário que fiquemos vigilantes e que busquemos também outros jeitos de, rotineiramente, nos nutrir de forma a perpetuar esse estado transcendente de conexão e abundância.

Cada um tem a capacidade de buscar a melhor maneira para si de fazer isso. No meu caso, não encontrei maneira mais eficiente, completa e profunda que a Biodança.

Para ler a continuação do texto aguarde pela próxima publicação
da nossa coluna BioTrance!

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