A dança enquanto elemento transcendente III – BioTrance

Veja a 1° entrega da coluna BioTrance aquí

Biodança não é aula de dança, é um sistema complexo desenvolvido a partir de estudos provenientes de diferentes áreas do conhecimento (medicina, biologia, fisiologia, psicologia, sociologia, antropologia, filosofia, pedagogia, mitologia, etologia, música e poesia) que atua a nível biológico e emocional e através do qual fundamentei todo o dito até aqui.

Não é terapia, mas é terapêutica, não é aula, mas ensina e muito! É uma metodologia independente de “ideologias religiosas, políticas ou culturais, mas com um profundo vínculo com todas as ideologias em favor da vida e da liberdade” e “que busca o desenvolvimento pleno das pessoas na sua essência verdadeira, capazes de criar, amar e viver em contato consigo mesmas, com o outro e com a totalidade”.

Esse desenvolvimento é feito através do estímulo à expressão e evolução dos nossos potenciais humanos para a vitalidade, afetividade, criatividade, sexualidade e transcendência.

 /><a href=Vivência de Biodança

Nas palavras de seu criador, o chileno Rolando Toro, é “um sistema de integração afetiva, renovação orgânica e reaprendizagem das funções originárias da vida que se baseia em vivências induzidas pela música, dança e situações de encontro em grupo.”.

Tais vivências criam situações que permitem que, progressivamente, o participante resgate e incorpore essa sua condição natural de ser livre e espontâneo que dança, rompendo barreiras e padrões nocivos cristalizados que se manifestam também em nosso corpo (muitas vezes sem que sequer notemos), possibilitando a expressão saudável da nossa identidade, ampliando a nossa capacidade de superação (pois estimula o saudável em nós), expandindo a nossa perspectiva do individual para o coletivo, entre tantos outros benefícios, inclusive relativos à saúde física.

 />Sessão de Biodança no Eubiose Ecofestival. Fotografia – <a href=Carol Monteiro

Muito mais que uma ciência, a Biodança – a Dança da Vida – é uma quebra de paradigma em prol da Vida, pois retira o homem do centro da existência (princípio antropocêntrico pelo qual a nossa sociedade atual se rege) e coloca a Vida neste lugar de destaque (princípio Biocêntrico), transformando a forma como percebemos a realidade e a nossa existência no sentido de gerarmos cada vez mais vida em nós, no outro e no mundo.

 />Vivência de Biodança em Machu Pichu – Foto cedida pelo didata em <a href=Biodança Cezar Wagner

Mesmo desconhecida por muitos que estão lendo este texto, sei que algo soa familiar, pois é justamente esse tocante e transformador ‘SENTIR-SE VIVO’ que a Biodança propõe e proporciona que também permeia e dá sentido a tudo o que acontece dentro da cultura Trance.

Assim, Biodança e Trance conectam-se, pois ambos são convite para aqueles que escutarem o seu chamado, brincadeira de criança esquecida pelos adultos que viramos, possibilidade de expressão sem julgamento, espaço seguro para baixar a guarda e Ser, permissão para entregar-se ao puro sentimento de prazer e plenitude que vem do instante vivido com presença, chance de expandir os próprios limites e conectar-se com outras pessoas fazendo parte de uma comunidade sentindo e relembrando o quão abundantes e livres somos em essência.

  />Encontro de Biodança – Foto retirada do google</p><p>Que nós possamos, independente da forma escolhida, encontrar maneiras de perpetuar esse estilo de vida gerador de saúde e amor em nós e ao nosso redor, não só porque é algo positivo, mas porque é algo possível.</p><p>Que o vivenciado dentro do Trance possa ser incorporado por nós e seja verdadeiramente um portal de expansão que estimule o nosso crescimento e que nos mova a evoluir enquanto seres humanos, pois essa é uma possibilidade real e o sentido maior do movimento, como desde o seu nascimento já trouxe Goa Gil:</p><p>“Desde o princípio dos tempos, os homens usam a dança e a música para se ligarem a natureza e ao universo. Nós estamos usando o Trance para iniciar a reação de consciência. Durante a experiência trance (dançando e ouvindo), esperamos que algumas pessoas comecem a ficar mais sensíveis e conscientes de si próprias e das consequências do caminhar da humanidade, assim como das necessidades do planeta. É daí que vem o entendimento próprio e a compaixão. Essa é a necessidade agora, esse é o verdadeiro estado GOA da mente.”</p><p style= />Fotografia –<a href= Arnaldo Dantas

 

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da nossa coluna BioTrance!

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