O prazer de ouvir Trance

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Pista principal – festival Revolution 2015 – Foto: Tatiana Stock

Certo dia estava conversando com uma amiga que havia acabado de conhecer, sobre uma festa que participamos na noite anterior (ainda sem nos conhecer) e descobrimos algumas particularidades que temos em comum. Eu fui falar com ela porque li um de seus comentários no evento da festa sobre o artista que tinha tocado e achei muito semelhante à minha forma de externar o que sinto por música.

Algumas palavras trocadas e logo saquei que ela, DJ e produtora assim como eu, compartilhava de um mesmo tipo de emoção. Talvez soe como um pleonasmo (e bem vicioso, rs…), mas explica bem: prazer Hedonista! Sim, prazer; puro prazer que cultuamos e cultivamos de uma forma que chega a ser um  estilo de vida que buscamos sempre mais, incansavelmente. Puro hedonismo!

A produção

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Dance – Revolution 2015 – Foto: Tatiana Stock

O resultado da criação de um som, seus barulhos e suas texturas,  atinge em sua amplitude todas as frequências do timbre que enriquece ressonando harmônicos. Graves, médios e agudos são somados a genialidade na composição do tema da música. E isso nos fascina, nos deixa perplexos absorvendo os detalhes, assimilando os tons, enxergando as notas enquanto tudo acontece em nossa volta e aí… cara! Nos pegamos parados, sorrindo feito bobos ouvindo toda aquela história que alguém quis nos contar enquanto nossos corpos se movimentam da maneira que dá; e que entendem; C a d a estrofe daquela poesia.

Um bom acorde então? Ah um bom acorde tem poderes incríveis. Ele mexe com todos os sentidos e faz arrepiar. Eleva em algum nível a pele ao “êxtase” do nirvana; mesmo que pelas frações do tempo em que percorre no andamento. Enquanto suas notas emergem e submergem nas ondas sonoras que propagam e recitam sua melodia, as camadas vão semeando “cristais – fractais” que se dissipam no espaço, como um  leque que abre devagar espalhando o vento por todo lugar! Chega a ser sinestésico.

A verdade é que muitos dos que assistem de fora e também muitos dos nossos; ainda não entendem ou ainda não entenderam. Digo mais, não enxergaram a música. Pois sim, a música pode ser vista e sentida, enxergada e desfrutada. Com prazer; prazer hedonista e ai… meu brother, reformulando a frase deixada Nietzche, Os que são vistos dançando e enxergando ainda que de olhos fechados, são incompreendidos por quem está apenas ouvindo.

Dancem muito mais! E nem reparem…

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Dance – Revolution 2015 – Foto: Tatiana Stock