Entrevista feita em Novembro de 2005.
Swarup, você é dos pioneiros da cena Trance no Brasil. Como começou o seu envolvimento com a cena, onde e quando isso aconteceu? Como foi o seu primeiro contato e o que o levou a dedicar sua vida a isso?
Então.. a primeira vez que escutei trance foi em 94. Na época odiei a musica. Era muito roqueiro pra gostar de musica eletrônica. Mas em uma viagem a Amsterdã pra visitar meus filhos que moravam por lá , finalmente tive a oportunidade de conhecer uma festa trance. Fiquei totalmente impressionado com aquilo. Mudou toda minha vida. Eu era cineasta nessa época…
Aos poucos fui trocando de profissão, foi bem natural…
Foi quando Antaro veio ao Brasil conhecer a cena e os DJs. Fui convidado a fazer parte da gravadora Spirit Zone (Alemanha), sendo um dos primeiros brasileiro a ser contratado por uma gravadora gringa e convidado a tocar no Voov Experience 10 anos. Já tem 7 anos que não pego em uma câmera….
Como surgiu a Universo Paralello e qual foi a sua história? Quais as principais diferenças que você vê entre as 1as edições e a atual?
Há muitos anos atrás um amigo que morava em uma fazenda em Goiás tinha uma ideia de transformar essa fazenda em um espaço cultural, com musica, teatro, biblioteca com a cultura psicodélica, isso a 20 anos atrás. Este amigo já não vive nessa dimensão. Em 97 e 98 nós fazíamos pequenas private já com esse nome. Em 2000 fizemos a primeira edição do festival com 3 dias na chapada dos veadeiros, foi uma festa sem flyer, só no boca-boca, foi maravilhosa… uma festa com 700 pessoas …
Esperamos que a atual seja tão especial quanto a primeira.
O que você espera para a Universo Paralello esse ano? O que as pessoas que irão podem esperar de novidades?
Todo ano tentamos nos superar. Neste ano contamos com artistas do mundo inteiro em todas as áreas do festival, inclusive na decoração. Contamos com um público não só de brasileiros mais com muitos estrangeiros no festival. Estamos aplicando algumas melhorias em infra-estrutura, parte do aprendizado em fazer o festival no mesmo local por 3 anos seguidos.
Estamos tentando também marcar cada vez mais o caráter multicultural do festival. A ideia é realmente fazer do festival um evento de arte e cultura alternativa.
Fale um pouco sobre o The First Stone, sua história e planos para o futuro.
O The First Stone nasceu da união de 3 malucos apaixonados por musica. Eu o Gustavo e o Zumbi..
Nos anos 80 eu tocava guitarra e tinha uma banda chamada Primeira Pedra, daí surgiu o The First Stone. Nosso plano é viajar ano que vem pra divulgar nosso live.
Que equipamentos e programas utilizam para a produção das músicas? Qual o papel de cada um no live?
Logic, nord2, bateria Roland D70. O Gustavo é fera com as maquinas e é musico. Eu sou DJ e musico e o Zumbi atua nas percussões.
Sobre seus filhos Alok e Bhaskar, que apesar da idade já estão tendo um bom destaque na cena. O que você espera para eles? Estão tendo em vista algum projeto Live para os irmãos? O que eles estão achando de vivenciar tudo isso mesmo tão novos?
Na verdade eu não espero nada. Quando eu os coloquei pra tocarem na virada do ano em Pratigi, a intenção era celebrar aquele momento. Queria que fosse alguém da família tocando naquele horário. Não tive intenção nenhuma naquele momento, foi uma escolha bem natural. Eles haviam aprendido a tocar a uns 6 meses. Foi puro feeling. Na verdade eu só espero que eles se divirtam muito. Esta é a intenção.
Nesse momento, eles tem que estudar e viver suas adolescências como qualquer adolescente de 14 anos, nada de trabalho profissional.
Qual foi o momento mais importante da sua vida na cena? E o Boom festival? Qual a sensação de tocar no maior e mais importante festival do mundo? Você vai tocar em algum dos grandes festivais da Europa ano que vem?
Então… Eu acho que o momento mais importante é sempre hoje. Mas desde o primeiro festival que eu tive a chance de tocar foi importante, em seu momento. Exemplo: quando eu fui convidado a tocar no Voov, foi uma gloria por ter sido o primeiro brasileiro (e goiano candango) a tocar em um festival na Europa… Na época o mais importante e famoso do mundo.
Os anos seguintes também foram importantes. Toquei no Antaris festival e Shiva Moom, mas o melhor ainda estava por vir… Realmente o BOOM é o bom… Sem palavras pra descrever o que é tocar lá.
Neste ano estamos indo novamente com a trupe toda. Seja o que deus quiser…
É muito legal dar essa entrevista, a primeira em 8 anos como DJ…
Entrevista por Marcel Maazi.