Infantaria Psicodélica

A palavra EGO é explanada nas mais variadas formas que se pode imaginar.

O que realmente devemos atentar ao tal do ego é que somos múltiplos. Você irritado é uma pessoa, um personagem atuando a raiva, quando estamos com fome o personagem atuando a fome e assim em cada situação.

Estamos sempre atuando através de algum sentimento algo que realmente não somos, pensamos ser, e é justamente isto que se rotula como EGO, é a modulação do inconsciente com o consciente, sendo predisposto a uma atenção ao segundo.

Desde pequenos a personalidade é formada através de um feedback de nossas ações para com a realidade que vivenciamos. Quando fazemos uma bagunça o Pai pune a criança e a chama de “Arteira”, seu arteiro, que bagunça! A criança não tem mínima noção do que um arteiro é, mas isso fica em um Looping na mente  e formula a personalidade: “eu sou arteiro”.

Carl Gustav Jung, nos traz que persona, é a personalidade que o indivíduo apresenta aos outros como real, mas que, na verdade, é uma variante às vezes muito diferente da verdadeira. Isso porque, a criança jamais foi arteira, mas foi rotulada como tal…

Mas o que tudo isso tem a ver com psicodelia?

Quem se  pergunta, chamo atenção à estados profundos de consciência alterada, pois, tudo que sabes de você é o que os outros imprimiram em sua pessoa, e não o que realmente é. Em estado profundo, no mais íntimo silêncio da psicodelia, após enfrentar cada personagem que desempenhamos no dia a dia nos deparamos com quem realmente somos.

Este “SER”  é a compreensão de que todos os conceitos e sentidos que você dá  aos outros não passam de um reflexo interno. Na doce psicodelia, brota essa batalha, onde com o mínimo de discernimento e pesquisa, podemos sair com sucesso e estar cada vez mais próximo do “ser”, do eu divino, eu sou, de nossa partícula crística, neste estado você não será você. Mas, algo sem rótulos, puro e em comunhão com o uno do universo.

Isso não é fácil! O EGO defenderá com unhas e dentes cada personagem seu, alias, ele existe apenas para a defesa da personalidade. Não sendo nossa personalidade. Imagine a guerra que uma experiência psicodélica pode resultar e resulta, em diversos casos.

Solução

A meditação é outra ferramenta que usamos para controlar os personagens e o ego, todavia exige tanto treinamento quanto o necessário para o uso de psicodélicos.  A diferença de ser uma energia mais sutil e singela, no entanto mais firme e “confiante”.

Em meio ao caos da psicodelia podemos nos deparar com distrações que nada mais são que as armadilhas do ego defendendo a personalidade que está prestes a ser totalmente reformulada, vivências fortes. E não posso dizer se ocorrem em tamanha magnitude em uma meditação pois não possuo experiência.

O gostoso da psicodelia, é que após toda essa complexa batalha, o EGO reformulado fica em sintonia com seu ser. A partir daí, você se torna uma pessoa diferente, mas quase na totalidade de quem enfrenta isso, nos tornamos pessoas melhores.

Ahooooo _/_