Fundada como uma iniciativa de artistas de Campinas, interior de São Paulo – Brasil, a Bienal Internacional de Cultura Psicodélica e Arte Visionária (BICPSIeAV) é um evento que ocorre a cada dois anos, de cunho científico e sócio-cultural, direcionado a todas as classes de público, reunindo profissionais e especialistas, artistas de todos os ramos, terapeutas, curiosos/as e amantes da Cultura Psicodélica de todas partes do mundo.
A Bienal de Arte Visionária tem seu Salão de Artes, com a exposição das obras psicodélicas e visionárias, mas a essência do evento atinge outros espaços e atividades, como oficinas, workshops, conferências e mediações, sendo uma instância de apreciação mas também uma oportunidade de aprimoramento e encontro para os/as participantes.
Apresentação da peça: ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO, O REI Diretor Fausto Antonio.
A Bienal começa de um edital para que artistas que sentem afinidade com nossos processos criativos possam conectar suas ações a nosso manifesto. E a partir da colaboração dos que se inscreveram surge nosso salão de artes e criações inéditas fundindo obras e expressões diversas num processo de curadoria que não busca validar qualidade mas sim organizar as ações coletivas dos artistas que sentem a importância deste manifestar visionário.
Sendo um evento que acontece a cada dois anos, podemos dizer que nossos objetivos vem sendo a defesa tanto da expressão visionária quanto das práticas que potencializam tal experiência, em uma busca de apresentar meios seguros para que mais pessoas possam se conectar com a cultura psicodélica.
Será na Casa de Vidro – Campinas – SP, de 18/10/2019 até 12/12/2019. Serão 56 dias de evento!
Garanta sua entrada e apoie o Manifesto Visionário!
Como lançamos a campanha de financiamento coletivo, esperamos surpreender ainda mais o público através deste mecenato coletivo. Dependemos do apoio de todos para concretizar cada atração nesta edição histórica que terá 56 dias de duração!
Alguns artistas já confirmaram sua participação mas muita coisa ainda está por vir! Confira:
Sorina Malack | Monstrance Radio | Artibera | Antar Mikosz | Lucas Cannaudio | Ernesto Boccara | Diego Garcia | Raphael Lima de Medeiros | Beatriz Dias | Gabriel Rizzo | Antibs | Luan Olivero | Luiz Otavio Lowizz Del Vecchio | Dreison Medeiros | Ana Priscila Cayres | Fabricio Bizu | Adriana Barão | Jeisson Castillo | Acacio Pereira | Marcello Lopes Alves // LINE UP MUSICAL: Monstrance Radio / ANTIBS / CANNAUDIO / ZUVUDZ / CRIATURA / DJ NAUL / LOW.IZ / IKEBANA / DJ ANICCA / DOM.
Quem tiver interesse em adquirir e/ou conhecer nossas peças e artistas, pode mandar um email para rodrigo.curadoria@gmail.com
Artibera | Ph: Kevin Giboshi
Antar MikoszRaphael Lima Medeiros
Ferramentas, utensílios e armas indígena. Acervo resgatado y montado por uma equipe de historiadores/as da Unicamp. Pode ser visto na Bienal.
A título de movimento psicodélico, muitos entraves ainda geram choques entre culturas ordinárias e a nossa cultura ligada aos estados não-ordinários de consciência, cada vez mais querem que sejamos dependentes e presos nesta roda de consumo e desejos projetados pelos canais de tv, enquanto não nos permitem momentos de filosofia, arte e cultura.
Assim apesar das inúmeras tribos brasileiras guardiãs de memórias visionária ancestrais, de medicinas da florestas e toda a pluralidade cultural brasileira é possível dizer que hoje estamos passando por um processo de tentativa de enclausuramento da alma e do sentimento humano dentro de padrões comportamentais ditados de forma fascista por governos antiquados ao momento consciencial de nossa comunidade planetária.
O descaso com a consciência do brasileiro é tamanha que estão gestando a sociedade a partir de um processo civilizatório quase inquisitório, onde apenas o que chamam de “alta cultura” vem sendo valorizado, deixando a expressão individual como algo secundário onde só a cultura imposta pelas TVs e Governos são respeitadas.
No Brasil e no Mundo também temos conquistas acontecendo, a própria Bienal é resultado destas experiências ao redor de todo o mundo, entretanto ainda temos muito a aprender com nossas almas para podermos curar mais algumas dores de nossa civilização.
Segundo o músico ANTIBS(Psychofreaks): “A própria palavra PsyTrance já explica o seu lugar dentro do processo criativo da bienal, pois a essência do nome PSY – faz alusão a palavra psycho=”alma” e TRANCE= ou transe em português nos sugere o caminho da transcendência. O transe de nossas almas é representado em muitas das obras pintadas expostas na bienal, e este estilo musical hiper energético manifesta estes momentos astrais através de sons que não só representam mas também induzem este estado meditativo de dança intuitiva e libertária que geram êxtase a partir da sinergia entre corpo, mente e alma. Sendo assim o PsyTrance é uma arquitetura espacial sonora especialmente para esta manifestação da alma a partir da música e da dança”.
Acesse Monstrance e confira as apresentações que rolaram na Bienal
Talvez seja possível percebemos que ao longo da história diversas culturas ao redor do mundo se reuniram para dançar suas músicas que possuíam cantos ou não…
A presença do chacra laríngeo portando a capacidade segundo o Aramaico Arcaico de criar universos através da fala
(אברא כדברא “Aberah KeDabar”) nos dá essa liberdade de elaborarmos músicas que a partir do canto podem conduzir o imaginário e a memória do audiente a determinados universos de sensação ou conclusão.
Alguns ritmos como o som de tambores tocados de forma cadenciada, ou sinos de cobre tocados para criar frequências transcendentais, poderiam direcionar a experiência musical para algo inefável, onde talvez a fala concreta, objetiva e ordinária do dia-a-dia não conseguiria expressar qual fora o sentimento que a música ou som manifestou, porém Antar Mikosz, Pintor Visionário e Pós-Doutor pela Academia de Belas Artes de Portugal, nos diria que possivelmente um Estado Não-Ordinário de Consciência (ENOC) fora acessado através da música.
Se levarmos em conta a etimologia da palavra Psicodelia que tem origem no Grego Antigo PSYCHē (ψυχή, “alma”) e DēLOUN (δηλοῦν, “manifestar”) e que a música busca em toda sua arquitetura dar oportunidade a essa dança de nossos sentimentos me atreveria a dizer que toda música acessa nossa alma.
Porém o Manifesto da Arte Visionária de Laurence Caruana declara que a Arte Visionária busca dar forma, cores e simbolismo a estas experiências nos estados não-ordinários de consciência(ENOC) e como dito, é possível criamos músicas e sons que de forma intencional representam ou sugerem caminhos transcendentais.
Ter hoje a oportunidade graças a tecnologia de criarmos a música eletrônica, suas derivações de alto a baixo bpm, e infinitas possibilidades e camadas nos cria este instante de podermos novamente manifestarmos intencionalmente caminhos para a transcendência. O Trance Psicodélico veio de origem futuristas do Goa Trance, de sonoridade moderna com raízes em elementos do Acid House. O movimento mundial de apreciadores desta experiência musical mística só cresce.
Já realizamos algumas participações em festivais como Mundo de OZ, Gaia Connection, Terra Azul, Universo Paralello, Adhana e Psychofreaks. Mas sim seria muito interessante conceber um projeto especialmente para um festival integrando as ações da Bienal a pluralidade cultural dos festivais brasileiros.