Festival Kactus : Um símbolo de resistência psicodélica e colaboração

Realizado através da parceria entre 20 coletivos nordestinos e contando com a presença de representantes de todos os estados do nordeste em seu line up, o festival Kactus (@kactusfestival) é um símbolo de resistência psicodélica e representa muito do que estamos precisando dentro do contexto pandêmico no qual estamos inseridos: colaboração.

 

Para além de um festival de trance e cultura psicodélica online, o Kactus representa algo bastante significativo e inovador dentro do cenário eletrônico. Pela primeira vez uma região inteira do Brasil dá as mãos para fazer acontecer um festival de trance!

Essa união arretada vai render 7 dias de programação online (18 à 24 de junho) dividida pelos 3 espaços virtuais mencionados a seguir.

 

A pista principal vai ferver tanto quanto o sertão, reunindo artistas que são referência dentro do cenário eletrônico alternativo nordestino em um line de alta qualidade sonora psicodélica, séria e diversificada com projetos autorais e predomínio de psytrance noturno. A este espaço foi dado o nome de Corrupião, ave comumente encontrada nas áreas mais secas da região e que tem o costume de pousar em Kactus quando decide fazer música.

Na pista alternativa, destacam-se projetos com forte identidade, expressada através de experimentações musicais orgânicas que contrastam a música eletrônica e os clássicos da cultura popular nordestina. Com seu nome emprestado de um dos pássaros responsáveis por polinizar os Kactus e disseminar suas sementes, este é o espaço Beija Flor.

Além disso, o festival dispõe de uma programação fértil para a troca de saberes e experiências que conta com atividades para crianças, rodas de conversa, oficinas, práticas e vivências envolvendo pautas sociais, ambientais, holísticas e muita arte em suas multi linguagens. O intuito é inspirar, gerar leveza, reflexão, agregar novos conhecimentos e ampliar horizontes, por isso este espaço é chamado Carcará, ave que voa alto, tem visão larga e que não raro utiliza Kactus para fazer seus ninhos e colocar seus ovos.

Criado a partir da parceria entre Rafael Freddi, Rafa Leitão, Guillaz e Eduardo Pontual, o festival Kactus foi uma ideia que nasceu na pista e que frutificou para além dela. A proposta lançada despretensiosamente no chat durante a transmissão da Amonati rapidamente foi levada à sério e no dia seguinte já começou a tomar forma, integrando outros profissionais como Anninha Rodrigues, May Villanueva, Guilherme Vaz, Bambosha, Bel Azevedo, Abraão Andrade e Karla Amadei.

A vontade de fazer acontecer esse grande encontro já era antiga e foi possível por conta de uma característica marcante dentro da cultura trance no nordeste: o calor!

A forma de se relacionar espontânea, aberta e calorosa tipicamente nordestina deu espaço para que as afinidades entre @s representantes dos coletivos florescessem e os seus laços ganhassem força.

A reciprocidade na forma de trabalhar colaborativamente, se ajudando, compartilhando conhecimentos e recebendo bem uns aos outros em suas terras para além de curtir uma pista junt@s, bem como a coerência de visões entre os coletivos favoreceram o fortalecimento das parcerias, o que hoje culmina nessa realização conjunta que se materializa como Festival Kactus.

Outro aspecto significativo do Kactus é a sua forma de capitalizar recursos a partir da economia criativa. O festival será oferecido de forma totalmente gratuita, mas trabalhará com o conceito de contribuição consciente e doação espontânea em que serão rifados variados kits compostos por materiais de diferentes coletivos que podem conter desde copos, adesivos, camisetas e porters até ingressos para festas e festivais.

Em tempos de crise e pandemia, a figura do Kactus traz uma rica simbologia. Planta resistente que sobrevive aos ambientes mais inóspitos e áridos da região e ainda assim consegue dar flor.

Assim é este festival, uma iniciativa que nos mostra que mesmo em situações críticas somos capazes de criar algo novo e belo, e que através da união é possível ir mais longe, beneficiar um maior número de pessoas e realizar coisas grandiosas!

Nas palavras de Guillaz, um de seus idealizadores: “Diante do caos, a gente conseguiu brotar uma flor”.

 

 

Para conhecer melhor os coletivos envolvidos nesta iniciativa:

@aeonbookings
@amonati_e
@bailefreak
@biosferaprod
@coletivo.organika
@coletivosistemadachapada
@crewnagual
@enigma_nucleo
@espiralpb
@falesiasinsanascanoaquebrada
@folklorebeat
@hemeraprod
@kgbookings
@penumbraprod
@ritualdamata
@soubiose
@vailixisrecords
@_xavante
@ziohm
@zirkuscariri

 

 

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