Gigloop: Conectando DJs

O desenvolvimento da tecnologia está mudando não só a forma em que interatuamos online, se não também nossas relações comerciais. A necessidade crescente de conectar prestadores de serviço, contratantes e usuários, tem impulsionado inúmeros softwares que buscam otimizar e simplificar esse vínculo. Nesse sentido, a música eletrônica não é uma exceção. Idealizada no 2015 por empreendedores catarinenses, Gigloop surge como uma plataforma que tenta transformar a relação profissional entre DJs e produtores de eventos. Com 2.200 artistas e contratantes registrados, o projeto foi selecionado pelo French Tech Ticket, um programa francês de alcance mundial, que incentiva startups cuja proposta seja  considerada de alto impacto social.

Motivados pela curiosidade, Trance.com.br conversou com o Felipe Callado, quem desde Paris nos conta como a iniciativa pretende revolucionar a cena eletrônica nacional e internacional.

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Como foi a trajetória de vocês para criar o Gigloop? Quais as lacunas que vocês identificaram, e como as estão suprindo?

No início, dos 3 sócios que começaram o Gigloop (Daniel, Fábio e eu), apenas um não estava envolvido no mercado da música. Eu, DJ e produtor de eventos de música eletrônica; o Daniel também DJ e dono de uma agência. E foi justamente deste contato próximo com o mercado da música que surgiu a necessidade do Gigloop, pois notávamos na pele a dificuldade e burocracia que existia para se contratar artistas nacionais e internacionais. O processo inteiro é feito no boca a boca, dependendo de troca de emails, telefonemas, envio de contratos, boletos. Sem falar que toda essa falta de integração gera a perda de muitas oportunidades. Hoje, ainda contratamos DJs da mesma maneira que reservávamos hotéis há 20 anos atrás. Para todo grande mercado surgiram soluções arrojadas, e vejo que podemos trazer o benefício da tecnologia e conectividade para a contratação de artistas.

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Como o Gigloop desburocratiza o processo de contratação e aproxima artistas, agências e contratantes? Quais as principais funções e usabilidade?

Quando a pessoa cria seu perfil, ela sinaliza a qual das partes pertence: a dos contratantes ou dos contratados. O processo é simples para ambos. O artista tem no Gigloop um perfil completo, linkado com suas redes sociais, e um calendário onde ele adiciona a disponibilidade. A partir daí o contratante pode acessar o perfil do seu artista favorito, verificar a disponibilidade na data que deseja e enviar uma proposta. Assim que o artista aceita a proposta começam a correr os prazos para os pagamentos e envio dos vouchers de hospedagem, tudo informado de forma automatizada e organizada. Os pagamentos são feitos ali dentro, via boleto ou PayPal, e nós só repassamos os valores ao artista após a confirmação da apresentação, trazendo bastante segurança para ambas as partes. Além disso estamos desenvolvendo uma ferramenta de turnês para otimizar a vinda de artistas internacionais, mercado que vem se segmentando mais e mais a cada ano.

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Seria possível você me passar os números mais relevantes da Gigloop até aqui?

Hoje somos uma comunidade com mais de 2000 artistas e quase 200 contratantes. Fizemos dezenas de turnês internacionais e temos perspectivas ótimas para este ano neste quesito. 

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Em cerca de um ano e meio de atividade no mercado, que efeitos práticos de transformação vocês enxergam a partir da instauração do projeto?

É muito interessante acompanhar o desenvolvimento que tivemos desde o começo, pois mostra o quão estamos, de fato, tornando todo o processo mais simples. No começo tínhamos poucas funcionalidades, e tudo era feito manualmente. Já hoje, com toda a automatização do processo, que vai desde os contratos gerados automaticamente, até pagamentos etc., vemos que é possível trazer facilidade e melhorar os relacionamentos entre as partes. Sabemos que ainda há um enorme caminho a percorrer, mas a convergência entre a plataforma, a mentalidade atual e a expansão tecnológica faz cada vez mais sentido, o que nos deixa muito otimistas.

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Felipe, você é um empresário há bastante tempo, certo? Como é atuar num ramo artístico, encarando essa dicotomia que muitos percebem como contraditória, entre o business e a arte?

Acredito que a parte do negócio é fundamental em qualquer área, até porque são poucas pessoas que optam por uma carreira artística ou de produção de eventos sem amor pelo que faz. Comecei e estou no Gigloop por enxergar nele um propósito tão grande que me fez deixar de lado uma outra empresa e uma vida estável no Brasil, para encarar este desafio tão longe. Apenas o dinheiro não faz isso, ele é vazio. Mas independente da sua dedicação, é preciso buscar objetivos. E acredito que os artistas que se envolvem com a plataforma enxergam muito bem isso, veem no Gigloop um grande facilitador, que veio para somar.
  >Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

Quais os planos para o futuro? O que pretendem construir na cena eletrônica e no mercado brasileiro a curto e longo prazo?

Nosso ideal é ter uma comunidade com todos os artistas e agências e produtores de eventos conectados, com uma plataforma alinhada com a realidade do tempo em que vivemos. Esse é o nosso objetivo a longo prazo, que passa por nossas metas deste ano que são a finalização da ferramenta de turnês e o perfil para agências.

>Fotografia: <a href=Lucas Caparroz

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