Os cinco níveis da experiência psicodélica

A própria natureza da experiência psicodélica torna complexo, se não impossível, colocar em palavras as sensações e emoções nela envolvidas. O que é possível é descrever suas características, como brilhantes e visuais, sagradas, torcidas, mas a real experiência está além da nossa capacidade de expressão. Esse fato se deve não somente a falta de palavras adequadas, mas sim porque palavras são inerentemente impróprias para descrever aspectos da consciência.

O explorador da consciência e do conhecimento psicodélico Tim Leary vem mapeando o espaço psicodélico a anos, e desenvolveu uma escala de níveis de intensidade da “viagem”. Muito do que ele escreveu é baseado no Livro Tibetano dos Mortos, um antigo texto religioso  que lida com a natureza da realidade e da mente. Eis abaixo o resultado:

Nível um da experiência psicodélica

Aqui um leve sentimento de consciência alterada é produzido, reforçando a sensualidade e o humor da experiência. Os lados esquerdo e direito do cérebro sofrem sutis mudanças de comunicação, o que pode levar a uma leve sinestesia e mescla de percepção sensorial. A musica é percebida de forma mais onisciente, e começa a se misturar com aspectos emocionais.

Nível dois da experiência psicodélica

O usuário experienciará alucinações visuais brandas de olhos abertos e o surgimento de padrões de olhos fechados. Filtros de pensamentos normais são transpassados nesse estágio, levando a um aumento de padrões de pensamento criativo, abstrato e irreprimido. Junto a esse pensamentos, emoções também afloram a mente.

Nível três da experiência psicodélica

Fractais dominam o campo visual, imagens distorcidas e na forma de caleidoscópio são perceptíveis em superfícies de olhos abertos e fechados. A sensibilidade do seu corpo a energias aumenta consideravelmente, enquanto profundas conclusões sobre a vida e a existência começam a emergir. Aqui um estado de transe estático pode acontecer, junto a entrelaçamentos entre os sentidos que podem levar a todo o tipo de experiências dissociativas.

Nível quatro da experiência psicodélica

Fortes padrões visuais, alucinações intensas, esferas astrais e a dissolução do tempo são alguns dos pontos marcantes de estado de consciência. De olhos abertos, alguns objetos físicos são expostos e manifestados como formas de energia condensada. Experiências fora do corpo, com intensa conexão espiritual e percepções claras de sabedoria são frequentemente comuns no usuário e em outros seres vivos.

Nível cinco da experiência psicodélica

Esse é o epicentro da experiência psicodélica, marcado pela completa e absoluta imersão em alucinações. Esse estado de consciência é diferente dos demais, e pode ser tratado como um alinhamento e união com a força da vida, Nirvana ou completa transcendência. Seres de outras dimensões podem ser encontrados, ou a pura e não manifestada energia por trás do circo da vida pode ser sentida. As experiências mais comuns relatada pelos usuários estão descritas abaixo:

– Ser empurrado para um vazio de universos alternativos preenchido por intrincados mundos e seres. Os detalhes e bizarrices encontradas são indescritíveis.

– Ser propelido para outro universo em velocidade extrema. Experiências cósmicas, como testemunhar a criação de um novo sistema solar foram também relatadas.

– Viajar a grandes velocidades por metamorfizantes padrões de estrutura, que frequentemente mudam e se abrem em novos padrões internos.

– Encontrar entidades inteligentes enquanto experiencia os pontos 1, 2 e 3. De elfos a cowboys do espaço, essas entidades cariam desde figuras de livros de fantasia desde humanoides até insetos gigantes, passando por entidades indecifráveis e bolas de luz flutuantes.

– Entidades inteligentes tentando comunicar-se com o usuário através de padrões visuais, avisos e sugestões. Algumas vezes essas entidades podem direcionar o usuário para lugares específicos, e encorajar determinadas posturas.

Esses estados extremos são algumas vezes acompanhados por sons ressonantes. Mesmo completamente imerso na experiência, o normal é o usuário permanecer ciente de que atravessa uma experiência, sendo capaz de pensar com clareza, raciocinar logicamente e manter um auto conhecimento.

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