Todo mundo sente algo quando está em um lindo lugar numa noite estrelada e olhando para cima os olhos vêem isso:Enrico Fermi (1901-1954), físico italiano (naturalizado estadunidense)
que se destacou pelo seu trabalho sobre o desenvolvimento do primeiro
reator nuclear, e pela sua contribuição ao desenvolvimento da teoria
quântica, física nuclear e de partículas, e mecânica estatística.
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Um céu muito estrelado parece vasto e infinito, mas tudo o que podemos ver é apenas nossa pequena vizinhança cósmico. Pense que nas melhores noites, podemos enxergar no máximo 2.500 estrelas (cem milionésimos das estrelas da nossa galáxia!). Além disso, todas elas estão a uma distância inferior a 1000 anos-luz de nós (ou seja, 1% do diâmetro da Via Láctea).
Então, para ser mais precisos, estamos vendo apenas isso:22), nos dá 500 quintilhões de estrelas parecidas com o Sol.
E quantas dessas estrelas, semelhantes ao Sol, podem ser orbitadas por um planeta parecido com a Terra? (com condições de temperatura parecidas, que poderiam ter água líquida e potencialmente suportar vida semelhante à da Terra).
De novo, não tem consenso científico sobre isso. Alguns dizem que pode chegar até 50%, enquanto um estudo recente da PNAS, propõe desde uma perspetiva conservadora que seria 22%.
Isso sugere que há um planeta semelhante à Terra, potencialmente habitável, orbitando pelo menos 1% do total de estrelas que tem no universo, ou seja, existiriam 100 bilhões de bilhões (é isso mesmo que você leu) de planetas parecidos com a Terra. Portanto, teria 100 planetas semelhantes à Terra para cada grão de areia no mundo! Pense nisso da próxima vez que você estiver na praia.
“Onde está todo mundo?”
Mas as coisas ficam ainda mais estranhas. Nosso Sol é relativamente jovem no contexto do universo. Mas existem estrelas muito mais antigas que nosso Sol, com planetas muito mais antigos semelhantes à Terra, o em teoria, deveria significar civilizações muito mais avançadas do que a nossa. Por um lado, teríamos a nossa jovem Terra com 4,54 bilhões de anos, sendo comparada com o Planeta X, de 8 bilhões de anos.
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Continuando com a especulação, se 1% da vida inteligente sobrevivesse o tempo suficiente para se tornar uma Civilização Tipo III e por tanto, potencialmente colonizadora do espaço, nossos cálculos acima sugerem que deveria haver pelo menos 1.000 Civilizações Tipo III apenas em nossa galáxia!
Dado o poder de tal civilização, a presença deles provavelmente seria bastante perceptível. No entanto, não vemos nada, não ouvimos nada e não somos visitados por ninguém.
Não temos resposta para o Paradoxo de Fermi, por isso, tudo o que podemos fazer é formular algumas explicações possíveis.
Se você perguntar a dez cientistas diferentes qual é o palpite deles sobre que é ou não correto, você provavelmente receberá dez respostas distintas.
Consegue imaginar os seres humanos do passado, discutindo sobre se a Terra era plana o redonda, se acaso o Sol girava em torno da Terra, ou se raio acontecia por causa do deus Zeus? Seus questionamentos parecem primitivos, certo? Pois bem, é ali mesmo que nós estamos hoje quando pensamos sobre este tópico.
Para simplificar, vamos dividir em duas grandes categorias as explicações mais discutidas para o Paradoxo de Fermi: aquelas que assumem que não há sinal de Civilizações Tipo II e do Tipo III porque não existem (grupo 1), e aqueles que assumem que estão por aí e não estamos vendo ou ouvindo nada delas por outras razões (grupo 2).
Aqueles que subscrevem as explicações desse grupo, se baseiam em algo chamado “problema de não-exclusividade”: em tantos milhares (ou milhões) de civilizações superiores, deve haver pelo menos uma exceção à regra. Mesmo que 99% das civilizações superiores não tentaram se comunicar, 1% se comportaria de maneira diferente e nos daríamos conta da sua existência.
As explicações do Grupo 1 asseguram que não existem civilizações super avançadas, mas a matemática sugere que existem milhares deles apenas em nossa própria galáxia.
Este algo mais é chamado O Grande Filtro.
A teoria do Grande Filtro propõe que em algum momento desde a pré-vida até inteligência do Tipo III, existiu um “muro” que atingiu todas ou quase todas as tentativas de vida. Esse “muro” representa o estágio do processo evolutivo que é extremamente improvável ou impossível para a vida “ir além”. Esse estágio é o Grande Filtro.
Se esta teoria for verdadeira, a grande questão é: Onde, na linha do tempo, ocorre o Grande Filtro?
Acontece que quando o papo é sobre o destino da humanidade, essa questão é muito importante. Dependendo da posição do Grande Filtro, somos a) raros, b) pioneiros, c) fudidos.
Steven Pinker rejeita a ideia de uma “subida” na evolução, e disse algo mais ou menos assim:
“A evolução não se esforça para atingir um objetivo, apenas acontece com base na adaptação para um determinado nicho ecológico. Essa interação entre a espécie e o ambiente, levou a surgimento da uma inteligência tecnológica apenas uma vez, até agora. Isso pode sugerir que esse resultado para a seleção natural é raro e, portanto, não significa que seja um caminho evolutivo óbvio na árvore da vida“
Não todo salto é um salto “candidato” a ser considerado como o Grande Filtro. Esses saltos, precisam ser do tipo “um-em-um-bilhão”, uma “exceção louca”. Por exemplo, algo como o salto da vida unicelular para multi-celular seria descartado, porque pode ter ocorrido mais de 46 vezes em incidentes isolados, apenas neste planeta. Da mesma forma, se encontrássemos uma célula eucariota fossilizada em Marte, confirmaria que esse não poderia ser o Grande Filtro, porque se aconteceu na Terra e em Marte simultaneamente, quase definitivamente não é uma “ocorrência estranha” em um bilhão.
Se formos realmente raros, pode ser por causa de um “golpe de sorte” biológico, mas também pode ser atribuído ao que é chamado de Hipótese da Terra Rara. Essa hipótese sugere que, embora possa haver muitos planetas semelhantes à Terra, as condições particulares que governam na Terra (relacionadas às especificidades deste sistema solar, por exemplo, por ter lua que é grande e incomum para um planeta tão pequeno, que por sua vez influencia as condições meteorológicas e oceânicas) são excepcionalmente amigáveis à vida.
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Fonte sup. / Fonte inf.
Possibilidade 2- Estamos isolados: A galáxia foi colonizada, mas nós apenas vivemos em alguma “área rural” desolada da galáxia. Poderia ter algum tipo de componente de “urbanização”, com “habitações interestelares” com espécies com inteligência superior, em que todos os sistemas solares vizinhos em uma determinada área são colonizados e em comunicação, e seria impraticável e sem propósito para qualquer um lidar com a vinda até aqui, para a parte aleatória da espiral onde vivemos.
Possibilidade 3- Eles não tem interesse em nós: O conceito de colonização física é um conceito hilário para uma espécie mais avançada. Lembra da imagem da Civilização Tipo II acima, com a esfera em torno de sua estrela? Com toda essa energia, eles podem ter criado um ambiente perfeito para si mesmos que satisfaça todas as suas necessidades e zero interesse em deixar sua utópica feliz existência para explorar o universo frio, vazio e subdesenvolvido.
Stephen Hawking advertia: “Se os alienígenas nos visitarem, seria como quando Colombo chegou na América… e lembram como acabou essa história?.”
Nesse sentido, Carl Sagan, um crente de que qualquer civilização que avançou o suficiente para fazer viagens interestelares seria altruísta, não hostil, chamou a prática do METI de “profundamente insensata e imatura” e apontou que “Num cosmos estranho e incerto, as crianças novas deveriam ouvir silenciosamente por um longo tempo, aprendendo com paciência sobre o universo, antes que sair gritando em uma selva estelar desconhecida que nós não entendemos.”
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Possibilidade 5- Só tem uma civilização superinteligente dominante: Há apenas um exemplo de vida superinteligente (assim como só os humanos estão aqui na Terra) que é muito mais avançada do que qualquer outra e extermina qualquer outra civilização inteligente, em um certo nível. Isso sim seria uma droga! Uma espécie inteligente emergente se torna um “vírus”, na medida que começa a crescer e se espalhar e segundo esta teoria, quem foi o primeiro na galáxia a alcançar a inteligência, ganhou, e agora ninguém mais tem a chance.
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Possibilidade 6- Não ouvimos os outros por limitações tecnológicas ou fisológicas: Há muita atividade e barulho por aí, mas nossa tecnologia é muito primitiva e registra e decodifica os sinais errados. Seria como você querer registrar atividade humana num prédio de escritórios modernos, usando um walkie-talkie: você não ouve nenhuma atividade (o que é obvio, porque ninguém fala hoje por walkie-talkies) e determina então que o prédio deve estar vazio .
Ou talvez, como Carl Sagan, sugeriu que pode ter uma diferença entre o tempo de processamento mental entre a gente as vidas superinteligentes, de forma que nossos cérebros trabalhem exponencialmente mais rápido ou mais devagar do que outra forma de vida por aí (por exemplo, leva 12 anos para dizer “Olá” e quando ouvimos essa comunicação, soa como ruído em nossos ouvidos).
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Possibilidade 7- Conspiração dos governos: Sim, estamos recebendo contato de outra vida inteligente, mas estão nos escondendo isso. Quanto mais se estuda sobre esse assunto, mais fica obvio que essa é a teoria mais ridícula, porém temos que mencioná-lá pois é muito falada