Continuando a nossa jornada do Louco (…)
Após sair porta afora e encontrar-se completamente sem rumo em meio a vida. O nosso Louco caminhante vê que não está totalmente sozinho. Há outros loucos, tão soltos, livres e também perdidos como ele.
Mas, como fala OSHO em sua eterna sabedoria:
“quando dois homens estão perdidos na mata e se encontram, ficam felizes e festejam, mas…a medida que a euforia do encontro passa, eles percebem que, apesar de acompanhados, continuam perdidos na mata.”
Nesse momento, nosso amado personagem percebe que seu caminho não é só aquele, que precisa singrar outros mundos. E escolher um trajeto a seguir. Então decide que está na hora de ter uma nova meta. É nesse momento de meditação que ele tem um “insight” ¹, que o faz desejar evoluir. E eis que surge a pergunta: Como fazer isso?
Conclui após muito pensar que é preciso viajar em busca de um novo local para viver, tornar-se algo além de um ser desprendido de ideais, era preciso mais conhecimento sobre o mundo e as coisas que existem nele. Aprender como transformar e transformar-se…e então ocorre uma metamorfose…e ele se torna O Mago!
O Mago no Tarot é representado pela figura de um jovem desperto, fascinado pelos poderes da natureza que se encontram disponíveis para que ele desenvolva todo o seu potencial intelectual.
Na imagem vê-se em sua frente uma mesa e sobre ela quatro objetos: um cálice, uma moeda, uma adaga e um bastão de madeira (normalmente já na sua mão – como uma vara de condão). Esses objetos simbolizam os quatro elementos, O cálice é o elemento água; a moeda, terra; a espada, o ar e o bastão de madeira, o fogo. Mas esses elementos são o que a natureza nos dá de forma mais crua, falta o que ele busca de mais profundo: O Etéreo.
Esse elemento se encontra na figura do próprio mago, que ele mesmo ainda não consegue se ver como tal. É o autoconhecimento. É saber como usar o poder que lhe está disponível externamente, para internamente criar esse novo “Louco”, forte, amplo e completo, que ele tanto busca ser.
Infinitos são os poderes que sua essência espiritual pode ter, e por isso há também o símbolo do infinito (a lemniscata) em sua cabeça, lembrando que sua mente livre pode ser tão imensa quanto o Universo.
A soma da mente infinita, dos elementos da natureza e a figura do mestre da magia, simbolicamente representada nessa carta, exaltam o conceito daquele que busca sua própria verdade, seu real caminho, do que ele é capaz. Nessa carta também podemos ver a regência do princípio masculino, que logra a objetividade, a praticidade, a intelectualidade e o uso da razão.
E eis que nosso “Trancer” (aquele Louco, livre e solto), já adaptado ao grupo e curtindo seus primeiros festivais, percebe que falta alguma coisa.
Que não basta só ir e passar horas dançando e vendo os outros dançarem. Ele quer fazer parte, quer entender o que ele faz lá. Para que serve toda essa energia? De onde ela vem? Por que eu estou aqui? Será que é aqui o meu lugar? … E com a mente cheia de “por quês” e “para quês” …ela de repente…se expande!
Nesse momento, é preciso aceitar o fato de que ela nunca mais irá voltar ao tamanho original. (risos)
E nosso personagem resolve aprender mais, participar mais, buscar conhecimento. E, dentre tantas áreas desfrutáveis em um festival, ele se vê cheio de curiosidade. Quer saber como é ser DJ, aprender malabares, o porquê que alguns não comerem carne. Para que serve a tenda da cura? etcetcetc.
Em um eterno ciscar de informações, o Mago é como um adolescente curioso e esbanja energia. Acha que sabe tudo, mas percebe que há muito mais a saber. É aquele que procura e necessita achar o seu lugar, a sabedoria do Homem total.
Ele quer saber, ele quer participar. Consciente disso, ele segue a sua jornada.
¹ clareza súbita na mente, no intelecto de um indivíduo; iluminação, estalo, luz. Na psicologia: compreensão ou solução de um problema pela súbita captação mental dos elementos e relações adequados.