O Imperador e o Trance – Esotrance

~ Uma análise do Tarot ~

oraculo-da-ilha

Continuando a nossa jornada do Louco (…)

Inquieto, nosso amigo Louco já absorveu os aspectos intelectuais e sensitivos, aprendeu a usá-los da melhor forma possível, aprendeu a manipular situações a seu favor e galgou uma ótima posição social…

Mas, sua vontade de comandar é enorme. E sendo assim, ele avança em sua caminhada e torna-se o Arcano de número quatro:

O IMPERADOR!

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Analisando o Arcano:
Observem a carta acima, nela temos a imagem de um homem trajando roupas ornadas, sentado confortavelmente em seu trono, com o cetro na mão. Esse é nosso Imperador, o quarto Arcano Maior do Tarot e a quarta transformação do Louco em sua jornada. O cetro em sua mão representa o bastão da inteligência – uma releitura mais rebuscada daquele que havia na mão do Mago; uma “varinha de condão” luxuosa, representando sua astúcia e habilidade em comandar. Ao seu lado, no solo, está o seu escudo, o mesmo que portava a Imperatriz. Mas, enquanto ela o tinha como referência de seu poder e ligação com o regente; aqui, o nosso Imperador o tem como um relato de que dificilmente ele será atingido, que ele está protegido das ações dos que são contrários à sua vontade. Vontade essa que é soberana, que o leva e levará para onde ele quiser ir, seguindo de forma consciente a sua verdade. Aqui abrimos parênteses para o fato que o nosso Louco só iniciou a sua jornada porque sentiu vontade e que, sem ela, tudo isso não faria o menor sentido.

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Existe uma frase que diz: “Aquele que não é senhor de sua própria vida está fadado ao fracasso”.

Como a palavra ” fracasso” não está no vocabulário de nosso Louco-Imperador, ele fará de tudo para conseguir o que quer. Mesmo que para isso tenha que, por vezes, usar de atitudes um pouco questionáveis e até mesmo subjugar valores morais e pessoas para chegar ao seu ideal. Um dos lados negativos dessa carta é, sem dúvida, a arrogância; que, se não for controlada, poderá ser o estopim de sua decadência.

Aqui o nosso Louco dá um passo largo em direção aos seus desejos. Sejam eles de fama, poder, enriquecimento… não importa. Nesse momento ele se vê senhor do mundo que o rodeia e, na certeza disso, todo seu querer passa a ser lei. Na sua concepção, nada poderá detê-lo.

Ele é – e se sente – sábio e soberano em sua caminhada. Digno de sua posição de Imperador desse amplo universo que está a sua disposição. Já que, como tal, sua vontade é uma manifestação do poder divino.

PASSAMOS AO TRANCE…

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Diante de tanta informação acumulada, contatos e experiências, nosso Louco, já crescido no meio e com a postura do Imperador, resolve dar forma a suas ideias. Aqui retornamos a uma energia masculina, que não mais precisa abrilhantar e seduzir para conseguir o que quer, como fazia a Imperatriz. Para ele, não basta ser V.I.P., ser convidado para os festivais, estar presente em todas as festas, conhecer os DJs, participar de rituais… Ele quer e sabe que pode ganhar mais. Diante de uma certa ambição que a sua própria posição alimenta, ele parte para a ação.

Reunindo amigos, aliados e admiradores (falsos ou não, não importa) ele resolve tornar sólidas as suas inspirações.

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A figura do regente, até então adormecida dentro do Louco, vem à tona e ele põe-se a organizar e concretizar. Ele já aprendeu muito, já está habituado com a situação, já sabe o que atrai as pessoas, sabe quem é quem no meio e usufruindo de tudo que aprendeu e do status que conquistou, parte para ação.

Administração e Produção é a meta! Seja na música, nas artes, oficinas… na estrutura completa, não importa… a energia do Imperador é essa, ele é autoritário, é o arquétipo do líder.

É assim que surgem os novos festivais, as novas decorações, as novas performances e apresentações. E também os conflitos. Pois onde há regência, há contrariedade.

É sábio aquele que atua com parcimônia. Mas, parcimônia não é uma qualidade de todo comandante. O imperador não é econômico e muitas vezes peca pela soberba.
Em algumas ocasiões nosso personagem pode até relutar em delegar funções, mesmo sabendo que um festival não se faz sozinho.

Aqui entram as mazelas do ego e suas condutas dúbias. Por outro lado, enriquece a cena. Espalhando mais e mais o Trance pelo mundo.

Um Imperador perspicaz – politicamente falando – estará sempre se preparando, pois sabe que será preciso criar estratégias, haverá conquistas e também algumas guerras a serem vencidas. Novos contatos (e contratos) são essenciais. Mas, dificilmente ele aceitará opiniões que diferem das suas.

Por fim, as loucuras do Imperador geram novas artes, empregos, oportunidades e mais espaço para todos os envolvidos. Levam mais longe os ideais do movimento e permite, ao criar mais eventos, maior número de encontros e trocas entre os seguidores.

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O Imperador sabe o que faz e o que quer. E também sabe que precisa de seu séquito e de um povo que o admire. Sem isso, o declínio será iminente. É preciso manter-se como uma figura respeitada, quase divina… E, a partir da busca dessa nova imagem, nosso Louco (agora Imperador), segue o seu caminho e, inevitavelmente, se transformará novamente.

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